Estava correndo pra lá e pra cá, e então você surgiu.
Quase não te vi, estava rápida demais.
Quando achava que o próximo horário já estava bem programado, você mudou meu cronograma, não pediu licença e se instalou.
Eu que sempre conduzi os ponteiros, esqueci até que eles existiam.
E lá estava eu, mergulhada no seu abraço, e no meu estômago parecia que tinham borboletas a brincar.
Sobre minhas certezas, deixei de tê-las e me peguei parada com os olhos fixos para algum canto da sala, deixando minha mente viajar em nós dois, lembrando daquela noite fria de junho.
E nada era mais importante do que permanecer grudada em você.
Quando me perguntam por que ando sumida, prefiro não falar, tudo é tão novo, ainda estou procurando como definir a sensação de tremer quando ele segura minha cintura e fica ali, quietinho, calmo e tão próximo do meu coração que não percebo se é o meu ou o dele que está batendo.
E se me convidam para a festinha do final de semana primeiro eu quero saber se minha agenda combina com a dele, que graça teria um lugar em que ele não estivesse?
Eu que monto o roteiro, defino o horário, organizo a mala, me peguei vivendo uma grande aventura de amor, na qual eu não sou o condutor.
Tenho todas as dúvidas e medos possíveis, toda a insegurança da face da terra e quer saber? Tá ótimo, nunca saltei de paraquedas, mas suspeito que as sensações se assemelham a tudo isso.
Quero viver saltando de aviões então.
Tudo no seu tempo, mas está tão veloz que até parece que o trem desencarrilhou e que a gente deixou de propósito.
Não quero pensar no amanhã, quero apenas que chegue a próxima vez para vê-lo, beijá-lo e ficar ali, em silêncio, ou rindo ou qualquer coisa com ele.