Francamente, o amor é o sentimento que eu menos gosto de falar ou escrever.

Não dá para resumir esse sentimento apenas com exemplos do tipo: amar é cuidar, é dar presentes, amar é nunca trair ou sei lá.

O amor é um bicho tão cheio de si que arrisco a dizer que o amor também é dor.

É sim, veja só: eu mesma já tive na minha vida alguém que eu arranquei com tudo, com dúvidas, quase com raiva, mas era assim que tinha de ser, com razões que só cabem a mim e mais ninguém entender.

Se alguém me pergunta o porquê então eu fiz, eu respondo: por que eu amo mais a mim.

É então o amor um sentimento egoísta? Talvez.

Mas eu também fiz aquilo por amor ao outro, para aquele outro ser, não sofrer mais do que era necessário.

Amor também é renuncia.

Amar também é fazer com que o outro pare de sofrer, se você puder fazer algo por ele.

O amor talvez seja uma combinação de sexo com a adrenalina de ver o outro chegar na hora combinada.

Talvez ele também seja uma mistura indescritível de desejo carnal com um simples beijo de boa noite.

Quem saberá definir o amor?

Às vezes eu acho que o amor é quando você aceita o outro do jeitinho que ele é, seja com defeitos físicos ou outro qualquer.

Às vezes, acho que o amor é quando você prepara o jantar, espera o outro chegar, o serve, o ouve, o observa e você nada diz, pois apenas aquela presença já preenche tudo o que você precisaria para o resto da sua vida.

Mas talvez o amor também seja dividir o outro com outros, por prazer ou simplesmente por desapego a matéria.

Talvez o amor seja sentir o cheiro do outro, sem a pressa da penetração e sem a cobrança do orgasmo ritmado.

Como descrever um sentimento que pode ser tudo, como pode ser nada, como pode ser o silêncio, o barulho ou a renúncia. Ou sexo, ou o beijo, ou a servidão ou apenas observar sem poder tocar o ser que não é teu e que nunca será.

E se o amor for apenas viver tudo o que se quer viver?

Fazer o que se quer. Viver como se quer.

Mas, não consigo ver o amor sem par, sem trocas, sem contato, sem beijo de língua, sem voz ao pé do ouvido, sem calor e até sem um pouco dor.

Ahh o amor!

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